Alunos da Escola Municipal Judith Augusta Ferreira, em Congonhas, desenvolveram o projeto “Da rua ao rio” durante o mês de março e realizam sensibilização junto a comunidade escolar e sociedade em geral sobre as consequências do descarte incorreto dos resíduos sólidos urbanos em vias públicas, que muitas vezes acabam dentro dos rios, sendo também este um dos fatores para alagamentos e assoreamento dos afluentes que cortam o Município.
A professora de geografia e referência do Grupo de Referência em Educação Ambiental (GREA), Cíntia Alexandre, buscou junto aos docentes, bem como demais servidores e equipe de direção e coordenação da unidade escolar, apoio para a implementação do projeto, que teve concurso de frases e pintura de bueiros, utilizando as frases escolhidas, aludindo ao cuidado com as águas e o descarte incorreto do lixo.
As pinturas possuem cores vivas e os locais foram escolhidos estrategicamente pelos próprios alunos que participam do projeto e que são do 5º ao 9º ano do ensino fundamental. Na sexta-feira (25/03) alunos do 9º ano sairam para a pintura acompanhados pelas professoras responsáveis com apoio da Guarda Civil Municipal. A ação terá continuidade ao longo do primeiro semestre de 2022, abrangendo bueiros em bairros mais distantes da escola, mas que fazem parte da comunidade escolar proponente, bem como outros pontos de maior fluxo populacional na cidade.
De acordo com as organizadoras do projeto, a ideia base partiu de um poema criado pela servidora “Marilene dos Santos Rosa Correa”, conhecida na comunidade do bairro Residencial Gualter Monteiro simplesmente como “Tia Marilene”. A poetiza inspirou-se nessa temática durante o ano de 2012, quando a cidade sofreu com as tragédias relacionas às chuvas. Além de escrever o poema, ela desenvolveu um projeto na Escola Municipal “Conceição Lima Guimarães” com a mesma abordagem.
De acordo com o projeto, o poema foi trabalhado pela professora referência do GREA e pelos professores de língua portuguesa, Kelly Azevedo e Daniela Romão, além dos professores dos 5º anos, Maria de Jesus, Vanderci Moreira e Lucimar Adriana de Paula nas turmas dos 5º ao 9º ano, como forma de sensibilização para inspirar os alunos na produção de frases para serem pintadas nos bueiros.
Confira abaixo o peoma que inspirou o projeto:
ENCHENTE…
Marilene dos Santos Rosa Correa (03/01/2012)
Era uma vez…
Uma casa…
Juro…
… quase toda feliz.
Tinha paredes, gente,
Móveis, cachorros
Coisas tantas,
Que nem sei mais.
Até que um dia
A água barrenta,
O lixo das sobras
A força do entulho
Foi embora pra frente
Arrastando coisas,
Bichos e histórias.
Nada fica,
Ou pouco ficou…
Chora gente
Dor tamanha
Tanta enchente
Mata a gente.
Vai tudo pro rio
Que um dia cantava
Apenas pros peixes
Que dançava.
Esse poema foi escrito durante as enchentes de 2012, pela tão conhecida e querida “Tia Marilene”, moradora do bairro Residencial. Grande parte do lixo que polui as águas dos rios é jogado nas ruas pelos próprios moradores. Esse lixo entope os bueiros, o que agrava e acelera a ocorrência das enchentes nos bairros mais baixos durante os períodos chuvosos. NÃO JOGAR LIXO NA RUA reduz a poluição das águas e contribui para a redução das enchentes.



