No universo da arte performática, um monólogo inovador está emergindo para desafiar noções arraigadas sobre poder, colonialismo e identidade, a peça teatral Solo Cana, que será apresentanda nesta quarta-feira, 24 de abril, às 19h, no teatro municipal de Lafaiete, é mais do que uma peça teatral; é um manifesto de resistência, uma conversa entre uma voz vegetal encarnada em um corpo de mulher e o público, que lança luz sobre a cana-de-açúcar como um ícone da cultura monocultural, enquanto aborda questões de colonialismo e apagamento das diferenças.
Através dessa narrativa singular, a cana-de-açúcar, personificada, busca tecer uma teia que regenere o convívio humano. Explorando o entrelaçamento entre vozes humanas e vegetais, transcende as fronteiras entre o humano e o não humano, trazendo à tona complexidades sócio-bio-político-econômico-culturais que moldam as relações de poder. Nessa perspectiva, a cana-de-açúcar, como sujeito ativo, desafia qualquer noção de riqueza que se baseie em relações abusivas e opressoras.
O projeto de circulação Solo em Rede visa ampliar o alcance e o impacto dessa obra, criando um circuito de apresentações, acompanhadas por rodas de conversa e dinâmicas de grupo. Esta iniciativa não apenas leva a mensagem da peça para novos públicos, mas também proporciona espaços de reflexão e engajamento com as questões levantadas pela obra.
A peça é um convite para repensar nossa relação com a natureza, com o ado colonial e com as estruturas de poder presentes em nossa sociedade. É um chamado à ação, à solidariedade e à construção de um mundo mais justo e inclusivo.