Mulheres no rock: conheça a banda Líppar

Mulheres no rock: conheça a banda Líppar

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Que atire a primeira pedra quem não tem ao menos uma música de rock bem guardada na playlist favorita, não é mesmo?!

Sabemos que no Brasil, e também em Minas Gerais, o Rock tem seu espaço, apesar da preferência por estilos como sertanejo, funk, forró etc. Em nosso país sempre houve espaço para cultura no geral, e na musica não é diferente. Porém, um questionamento, quantas mulheres você conhece no meio da música? E, especificamente, quantas mulheres você já viu tocando rock de qualidade?

A Banda Líppar ( Instagram: @bandalippar) iniciou com um projeto idealizado em fevereiro de 2019, onde foi questionado o por que da baixa participação feminina no rock quanto comparada a masculina. Gustavo, amigo e incentivador da banda, e Fran, vocalista, notaram a crescente participação das mulheres em atividades antes majoritariamente masculinas e se perguntaram: por quê não no meio musical e no rock? Nos anos 80 e 90 surgiram as primeiras bandas de rock formadas inteiramente por mulheres, principalmente nos Estados Unidos. No Brasil não foi diferente, anos mais tarde as mulheres estavam conquistando seu lugar neste cenário.

No mês de maio de 2019 todas as integrantes estavam recrutadas, são elas:


Yasmin, guitarrista, 25 anos, carioca, mas criada em Minas, médica veterinária na área de anestesia e clínica médica. No seu tempo livre adora jogar e ver séries.

Instagram: @yacioli
Bella, baterista, 27 anos, lafaietense, empreendedora no ramo de produtos personalizados e Publicitária. No seu tempo livre ela pratica esportes, viaja e vai a festivais de música.
Instagram: @bella_rdo

Thaís, baixista, 26 anos, ourobranquense, a especialista em comportamento do consumidor e educadora financeira. Adora viajar, ler, colecionar e praticar muay thai.
Instagram: @lankthais

Entretanto a banda ainda não possuía nome. O nome LíPPaR veio da junção de duas palavras em inglês: “lips”, cuja tradução seria “lábios”, remetendo ao feminino e “hard” remetendo ao Hard Rock, um subgênero do rock popular nos anos 70 e 80. Tal significado é explorado na logo da banda, com uma simbologia que remete à alguma característica marcante das mulheres, no caso aos lábios.

As meninas contam como se interessaram pela música:

Fran: “minha irmã canta desde novinha, meu irmão fez aula de violão, acabei sendo influenciada por eles!”. Além de cantar, ela toca violão, desde os 14 anos, e gosta de tocar instrumentos de percussão como meia lua, triângulo, ganza, etc.

Yasmin: “aos 7 anos minha mãe começou a me dar aula de piano até os 10 anos. Com 10 peguei o violão Giannini antigo da minha avó e toquei a majestade e o sabiá, foi daí que começou a saga”. Atualmente ela toca 4 instrumentos: guitarra, violão, teclado e bateria.

Bella: “minha família sempre gostou de música. Aos 14 anos fiz 2 meses de aula de violão, depois 5 meses de aula de bateria na Escola de Música Romeu Guimarães junto com amigas, pois pretendíamos montar uma banda só de meninas. Posteriormente fui aprendendo sozinha tocar ambos instrumentos já na banda e, hoje, voltei pra aula de bateria para aprimorar as técnicas e largar alguns “vícios””. Além de bateria ela toca violão, ukulele e cajon.

Thaís: “desde a infância gostei de ouvir música e, quando mais velha, criei um blog de rock e metal. O interesse foi aumentando cada vez mais e o auge foi ao ganhar um violão aos 12 anos. Depois disso todos os dias tentava aprender algumas músicas com ajuda de programas e cifras. Menos de um ano depois, descobri o baixo elétrico e me apaixonei ainda mais”. Hoje ela toca violão, baixo e guitarra.

O projeto iniciou através do Gustavo que também é músico e sonhava em concretizar um projeto de banda feminina, Fran, a vocalista, foi a primeira integrante a ser chamada e abraçar o projeto no inicio de 2019. A guitarrista Yasmin foi a segunda integrante a ser convidada em março de 2019. Ela relata que chegou a negar o convite até ter coragem de parar de tocar apenas em casa e ir para os palcos!

Também em março, Bella, a baterista, que já conhecia as duas primeiras integrantes, aceitou o desafio. Por fim, a última convidada foi a Thaís, baixista, que tinha acabado de voltar a morar em Conselheiro Lafaiete. Inicialmente ela se assustou um pouco com a proposta ambiciosa e autêntica, pois já havia participado de várias bandas, entretanto, nenhuma com tamanho propósito. Mas ela também resolveu abraçar a ideia e relata que todas se deram bem!

Em junho de 2019, os ensaios iniciaram e, já com a logomarca criada, foi possível aumentar o repertório e viabilizar a ocorrência do primeiro show no mês de agosto de 2019. Após a estreia, 8 (oito) shows foram realizados, sendo o último no mês de março de 2020, antes da pandemia.

Fran, já acostumada com palcos, relata que se lembra como fosse ontem, aos 15 anos, como suas pernas tremiam na sua primeira apresentação, mas teve certeza que era isso que queria para sua vida! Para Yasmin não foi muito diferente, apesar de assustador, houve uma sensação de pertencimento e transformação. Bella também já havia se apresentado antes, mas ficou em êxtase, mesmo com o nervosismo inicial. A sensação sempre foi de pertencimento e entrega. Para Thaís, a sensação foi um misto de orgulho com medo, mas confessou que é viciante e prazeroso.

Os últimos shows da banda foram na Duke e no Murreto, em março de 2020, com ingressos esgotados! Após isso, iniciou-se a pandemia, desmotivando um pouco as meninas. “É difícil não poder estar nos palcos…”, conta Fran. Mas, como relata Yasmin: “hoje, após 1 ano de pandemia, me sinto confiante de que eu e as meninas crescemos muito nesse período e, apesar de não estarmos tocando em shows, nós nos aproximamos muito mais como banda e família! Entendemos cada uma e sabemos que estamos juntas nessa, independente de quanto tempo demore para as coisas melhorarem”.

Inicialmente Thaís estava positiva, pois acreditava que aria rápido. Mas, quando percebeu que iria demorar, ficou desmotivada. A mesma expõe que: “Tal desmotivação foi substituída pela necessidade de adaptação e cá estamos nós, criando estratégias e metas a médio e longo prazo”. Assim como Thaís, Bella achou que a pandemia duraria pouco tempo. Mas, quando percebeu que não, decidiu estudar cada vez mais bateria e investir em equipamentos. Ela relata que: “isso me animou novamente! Fico otimista de que tudo vai ar e logo voltaremos a fazer show!”.

A banda Líppar faz covers e adaptações de diversos clássicos do rock mas, de antemão, as meninas contaram que já iniciaram o processo de composições próprias e prometem novidades para 2021!

“Além da esperança de voltar a fazer os shows maiores, pretendemos lançar autorais e trabalhar as redes sociais para criar um público fiel e engajado!”, antecipa Fran. Thaís complementa: “já estamos bem adiantas com a autoral! No momento as interações online são nosso foco e quem sabe alguns sorteios”. Bella ressalta que há ainda outras ideias e projetos “que ainda é segredo de estado! ”.

Com esperança, as meninas apostam em voltar aos palcos ainda neste ano, no segundo semestre, ou em 2022, priorizando a segurança delas, dos amigos e família. A autenticidade e otimismo são nítidos e motivadores. As mesmas nos mostram que não é apenas sobre musica, é sobre a busca constante da representatividade feminina e conquista do lugar da mulher na sociedade!


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