Mostra inédita de arte urbana segue até junho e propõe diálogo entre cidade, memória e transformação social
A partir do dia 9 de abril, o Museu de Congonhas recebe a exposição Se Essa Rua Fosse Minha, um projeto que traz a arte urbana para dentro do espaço museológico, promovendo um encontro entre o popular e o institucional, entre o ado e o presente. Pela primeira vez, um artista de rua ocupará uma galeria no museu, marcando um momento histórico para a arte e a cultura na cidade.
Além do Museu de Congonhas, a exposição conta com o apoio de instituições culturais e sociais, como a Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo (FUMCULT), a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura, o IFMG – Polo Congonhas e o Centro de Apoio ao Menor de Congonhas (CEAMEC).
O artista responsável pela exposição é Pedro Esteves, natural de Ervália-MG. Multiartista, ele transita entre a pintura, a poesia e o teatro, consolidando uma identidade marcada pela fusão entre arte e ativismo. Seu trabalho questiona as relações entre cidade, memória e meio ambiente, tema que já esteve presente em sua primeira exposição individual, As Cores da Cidade Cinza, realizada em novembro de 2024.
Segundo Pedro, a exposição tem como propósito ampliar o diálogo entre o museu e a população. “Poder acolher um artista de rua com uma exposição é um ponto significativo para a cultura de base, para a arte de rua. Isso é muito importante para a gente”, destaca. Ele acredita que essa iniciativa reafirma a necessidade de que a arte urbana tenha espaço dentro das instituições. “O museu, antes de mais nada, também tem que ser um espaço de representatividade, né? E a arte de rua está lá com o intuito de representar não só a minha arte e a dos artistas que estarão na produção, mas também de todo um povo, de toda uma luta. É um o muito importante para a cultura de rua hoje em Congonhas”, afirma.
A mostra segue em cartaz até junho e propõe uma reflexão sobre o papel da arte na ressignificação dos territórios e na construção de novas narrativas urbanas. Com obras que utilizam materiais reaproveitados e madeira de reflorestamento, a exposição também dialoga com temas como sustentabilidade e consciência social.
Além das artes visuais, o artista também é um nome reconhecido na poesia falada. Vencedor da primeira edição do Slam Clube da Luta, o primeiro campeonato de poesia falada de Minas Gerais, ele utiliza a palavra como ferramenta de resistência e transformação social. Para ele, sua trajetória na poesia, na pintura e no teatro se entrelaça de forma indissociável. “Hoje, eu não consigo mais discernir na minha carreira o que é poesia, o que é artes plásticas, o que é atuação, porque está tudo interligado. Eu costumo dizer que da tinta escorre poesia e da poesia escorre tinta”, reflete.
Mais do que uma exposição, Se Essa Rua Fosse Minha é um convite à experimentação e ao diálogo. “A palavra tem o poder de tocar e também de proporcionar trocas. De poder oferecer e também poder receber. Isso é muito importante”. Hoje eu me vejo como um multiartista e entendo que todas as manifestações de arte que eu faço vêm do mesmo lugar”.
Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas